5.6.14

Liberdade

Passaram-se 25 anos sobre o massacre de Tiananmen. Eu tinha 9 anos na altura, mas lembro-me bem de ouvir falar sobre ele e das imagens sangrentas. 

Hoje, na nossa aula de conversação francesa, discutíamos um artigo sobre o tema e uma das colegas chinesas (bastante mais elucidada do que grande parte dos que já conheci) explicava que por lá não se fala disto "destas coisas". Aliás, lá não se discute política, poucas vezes se faz greve e o controlo é bastante apertado. Ela, que nasceu nesse ano, só ouviu falar do episódio já depois de estar em França. 

Eles vivem numa ditadura e não sabem. 

Só os que vêm "cá para fora" se dão mais ou menos conta disso, ao perceber que há outras realidades tão diferentes da sua.

E nós, portugueses, que vivemos tantos anos de ditadura e lutámos tanto para conquistar os nossos direitos, temos hoje níveis de abstenção acima de 60%. Criticamos sem sequer ter legitimidade para criticar quem não elegemos. 

Sim, estamos fartos, tristes, sentimo-nos derrotados. Mas somos livres.

Com uma Europa onde a extrema-direita volta a ganhar força, é bom que não tenhamos memória curta. Porque foi nos piores tempos de crise que homens como Salazar e Hitler subiram, legitimamente, ao poder.

O Homem do Tanque, a imagem que simboliza a resistência e o massacre na praça de Pequim REUTERS
Via Publico.pt
Para os interessados, deixo dois artigos sobre o massacre de Tiananmen:




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