28.4.13

Ser emigrante é...#2

Se há esterótipo que todos conhecemos é o dos portugueses emigrados em França. 

Mas se há coisa que também aprendi ao longo do tempo (principalmente depois de sair de Portugal) é que todos os estereótipos têm o seu fundo de verdade. 

Agora que somos portugueses emigrados em França estamos a viver verdadeiramente o estereótipo, com a particularidade de não termos vindo para trabalhar nas obras nem nas limpezas. 

Imbuídos desse espírito emigra, ouvimos falar da estreia do novo filme português que já ganhou vários prémios e está a ser muito bem recebido pela crítica francesa e quisemos ir "ver para crer" se era mesmo bom. 

E, meus amigos, posso dizer que vale muito a pena. O filme chama-se La Cage Dorée (A Gaiola Dourada) e conta com actores como Rita Blanco, Joaquim de almeida ou Maria Vieira. 

La Cage Dorée é uma comédia que conta a história de José e Maria, um casal de portugueses que emigrou muito jovem para França e 30 anos depois pretende regressar a Portugal. No entanto, as família, amigos e vizinhos vão fazer de tudo para que eles não voltem ao país que os viu nascer. O filme do realizador luso-francês Rúben Alves tem como cenários Paris e Portugal.

Posso dizer que há muito tempo que não me ria tanto, mas confesso que a páginas tantas andou por ali uma lagriminha a espreitar porque é impossível não nos revermos em partes do que ali é retratado e apesar de ser um filme cómico, é tão real, tão português que até dói, sobretudo quando é cantado o fado da Amália que diz "das mãos de Deus tudo aceito, mas que eu morra em Portugal".



25.4.13

Muda!

Ontem foi aprovada em França a lei que permite o casamento e adopção entre pessoas do mesmo sexo. Um tema sempre polémico que gera imensas lutas entre os que são contra e favor.

Em Portugal, onde gostamos de ser sempre "mais à frente" (e ainda bem para algumas coisas), a lei está em vigor desde Junho de 2010.

Todos temos o direito de nos expressar livremente, mas confesso ainda me faz uma certa confusão que pessoas da minha geração sejam contra aquilo que deveria ser um dado adquirido para todos: a igualdade de direitos e deveres - bem patente na divisa da República Francesa "Liberté. Égalité. Fraternité". 

E ao ler as opiniões e notícias que se foram escrevendo, só me lembrava desta música que tanto gosto do Gabriel, o Pensador e que diz:


"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente"

Via

23.4.13

When?


A resposta é: o fim-de-semana passado!

Com a primavera rebelde que temos tido este ano, o fim-de-semana que passou esteve com uma cara bem cinzenta e invernosa. Mas agora que já tínhamos arrumado os doudounes e tirado o pó das t-shirts, não podíamos ficar deprimidos nem deixar de nos divertir. Foi aí que fomos desafiados a experimentar a patinagem no gelo numa das várias patinoires de Lyon. E que bela ideia!

Se ao início começámos todos a medo, qual criança a dar os primeiros passos, um pouco mais adiante já ensaiávamos uns passinhos um pouco mais destemidos. 

Acho que as minhas lembranças de infância vieram ao de cima e lá consegui aguentar-me com movimentos de robot e apenas duas pequenas quedas. E é quando já nos sentimos confiantes que as quedas acontecem.

No final, foi uma tarde muito bem passada entre amigos e nunca mais nos lembrámos que a primavera tinha tirado férias!





Só porque sim

Daqui (Lisboa, Skate Park Parque das Nações)

21.4.13

Era uma vez uma ilha

Lyon esconde pequenos segredos que aos poucos vamos descobrindo e nos fazem gostar ainda mais da cidade. Um deles é a Île Barbe, uma pequena ilha situada no meio do rio Saône cujo nome significa ilha selvagem (ilha bárbara).

Ideal para passear numa tarde ensolarada, o espaço não é muito grande, mas o suficiente para ficarmos por ali uma boa hora, seja a reparar nos detalhes, seja a apreciar os velhinhos a jogar petanca ou as crianças a brincar no parque. 

Já tinha visto no mapa que esta ilha existia. Ainda não tinha percebido se valeria uma visita, mas nada como ver com os próprios olhos e tirar as nossas próprias conclusões. Assim, estava apenas à espera de um bom dia de primavera para a visitar - algo que aconteceu no fim-de-semana passado. 

Fomos de bicicleta (um percurso que se faz bem e praticamente sempre em ciclovia). O bom de percorrermos o caminho de bicicleta é poder prestar atenção a pequenos detalhes que vamos encontrando. Eu, que vejo sempre o mundo com olhos de criança, adorei pedalar ao vento e olhar para tudo como quem descobre um tesouro.

Para além da ilha, que em si mesma já é um pequeno segredo de Lyon - e onde raramente encontramos turistas - a zona esconde outro pequeno segredo: a boulangerie de l'Île Barbe. Um pé lá dentro é o suficiente para ficarmos de água na boca com todas as delícias que a vitrine nos mostra. Uma vez ali, podemos optar por nos deixarmos ficar na esplanada virada ao sol com vista para o Mairie e para ilha, ou levar algumas iguarias e ir comendo ao longo do percurso.



O passeio também deve incluir caminhar pelas ruas estreitas da zona, onde podemos dar de caras com casas, igrejas e esquinas curiosas.



Na volta, vale a pena aproveitar para percorrer o caminho sob a luz do pôr-do-sol a esconder-se atrás da colina de Fourvière.


19.4.13

A culpa é dele #2

Mon mari pediu-me para fazer um guia de Lisboa para as colegas que vão lá no próximo mês. 

Ao ver as imagens, lugares, cores, ao imaginar cheiros e sabores, ao lembrar-me das pessoas...estou a ficar com o coração apertado. 

Prefiro não me lembrar, prefiro não ver para cá dentro não doer.

Hoje sinto falta da minha cidade e a culpa é dele!



17.4.13

A culpa é dele

Tenho várias coisas para escrever aqui no blog, mas estou com preguiça. E sabem de quem é a culpa? É toda dele, esse falso que passa a vida a dizer-me coisas como "Sweet"


9.4.13

Beleza a quanto obrigas

Hoje lancei-me pela primeira vez numa aula de crossfit e creio que amanhã me vão doer músculos que eu nem sabia que tinha.

Foi mais ou menos assim (mas ainda sem este corpo!):

Via

8.4.13

Quinoa

Ouvi falar tanto dos benefício da Quinoa, que resolvi experimentar.

Senti-me como um pardal a comer alpista.

Será que fiz alguma coisa de errado no processo?

Empenho

Esta é a palavra para o meu espanto e orgulho de hoje quando recebo mais dois 19.
 
Porque como dizia o meu poeta preferido:
 
"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
 
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes [...]"
 
E é isso que eu tenho feito em tudo na vida.
 

5.4.13

A Primavera teima em não chegar

Tudo continua cinzento e deixa-nos também assim, sem grande vontade de sair, escrever, fazer cenas... Realmente só percebemos a falta que uma coisa faz quando não a temos e o sol faz mesmo tanta falta!