30.1.13

A culpa é do francês

Não de nenhuma pessoa em específico, mas sim do francês enquanto língua que começou a tomar conta do meu cérebro e a embrulhar as outras línguas que eu sabia e dominava.

Hoje dou por mim a falar inglês, espanhol e português com palavras em francês pelo meio, sem conseguir falar nenhuma das outras de seguida. Dizem-me que isto acontece porque o francês está a ocupar a mesma parte do cérebro, e como ainda é uma língua em aprendizagem demora o seu tempo a conseguir compartimentar tudo nos seus devidos lugares. 

Enquanto isso, à pergunta "hola, hablas español?", continuo a responder "Si, je parle...pardon, oui, yo hablo!"...

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25.1.13

Das diferenças #4

Os restaurantes portugueses anseiam por clientes. Os franceses rejeitam por terem clientes a mais.

Nota mental

Marcar SEMPRE um restaurante em Lyon antes de la´ ir. Isto de aparecer assim de surpresa, mesmo que a capacidade esteja a meio, não e´ para os franceses!

22.1.13

Burro velho não aprende línguas?

Não sei se todos os ditados populares portugueses ainda se mantêm actuais, por isso decidi tentar contrariar a coisa e agitar um pouco a pasmaceira que se tornou a minha vida de doméstica. 
Se "em França sê francês(a)", então para isso tenho que começar pelo início - a língua - já que à baguete já me rendi. 
Na minha vidinha de dona de casa mal troco três palavras com a senhora do supermercado (prática da língua quase zero), por isso tive que me lançar numa aprendizagem mais profunda. Vai daí inscrevi-me no CIEF (Centre International d´Études Françaises) que é na Université Lumière Lyon 2. Os cursos podem ser intensivos ou semi-intensivos, com uma duração semestral. Optei pelo semi-intensivo de 210h. 
Ontem foi o dia do teste para aferir em que nível vou ficar. Temos que passar pela prova escrita, com a redacção de dois textos em francês, seguida de uma prova oral, onde temos que preparar e debater um tema com um professor. Acho que a coisa correu bem e, mais uma vez, tenho que agradecer a mon mari por ter insistido comigo para estudar, e a uma amiga por me ter enviado uma gramática das boas. Sinceramente, os exercícios fizeram toda a diferença!
Na próxima semana vou descobrir em que nível fiquei, sendo que a professora me assegurou que se achar muito fácil posso pedir para subir, ou vice-versa.
Se há coisa que eu gosto é de aprender, por isso estou a adorar a ideia de poder voltar à universidade ao fim de 13 anos, mesmo que isso tenha que implicar levantar-me às seis e tal da manhã!



Mudar para quê?


Segundo um estudo da delloitte, 80% das pessoas detesta o seu trabalho. Com isto lembrei-me de tantos amigos. Quem adora o seu trabalho que levante a mão!

“But should you choose a passion or a paycheck?” a análise do Dinheiro Vivo por Joana Petiz. A eterna contradição de paixão VS contas para pagar.

17.1.13

"O Filho de mil homens"

Terminei ontem de ler "O Filho de mil homens", de Valter Hugo Mãe. Li-o assim, de rajada, em poucos dias. Uma escrita diferente, uma história de pessoas simples, que apenas têm o desejo de ser felizes e acreditam que nunca é tarde para o conseguir.


"Nunca cultivar a dor, mas lembrá-la com respeito"

"Cada filho somos nós no melhor que temos para dar. No melhor que temos para ser."


16.1.13

Bonjour Madame, c'est le plombier

Hoje os gestores imobiliários da maison enviaram-me um canalizador para uns pequenos reparos nas torneiras.
Depois das habituais explicações de "ah e tal ainda não falo muito bem o francês", ele sai-se com um:
- Fala português?
Claro, eu devia ter desconfiado e acreditado naquela cena do "há sempre um português ao virar da esquina" e, neste caso, mesmo à minha porta.
Ao início ele ainda vinha formatado para o francês, mas depois lá engrenou no português com sotaque alentejano.
Depois das torneiras mudadas e apertadas, e depois de uma pontualidade quase britânica (portuguesa é que não é!) o senhor ainda fez questão de voltar a verificar tudo e limpar o chão de joelhos (a limpeza corre-nos no sangue, não há volta a dar!). 
Devo dizer que se desmistificaram alguns mitos: o senhor não tinha bigode, não falava com sotaque do norte, não se atrasou, não deixou tudo javardolas, não inventou problemas e foi super profissional. Metam os olhos nisto canalizadores desse Portugal!



15.1.13

Love brands

É por insights como este que a Coca-Cola continua a ser uma das marcas mais adoradas (e consumidas) em todo o planeta. A acompanhar o mundo à medida que ele gira:


14.1.13

Quem não arrisca não petisca (sonha)!

Hoje chegou-me às mãos este vídeo que, para além de estar espectacularmente bem feito, parece que foi escrito e desenhado a pensar em nós. E dá mesmo que pensar. Se não, ora vejam:


10.1.13

Perspectivas

O que (eu acho que) os meus amigos pensam dos meus dias: cama. sofá. pijama. internet.
O que (eu acho que) mon mari pensa: cama. sofá. pijama. internet. compras. jantar.
O que são os meus dias: fazer a cama. tomar banho. pôr máquina a lavar. estender a roupa. apanhar a roupa. passar a ferro. pôr máquina a lavar. tirar a loiça. arrumar a loiça. voltar a sujar a loiça. preparar o almoço. inventar receita para o jantar. lavar o chão. limpar o pó. despejar os lixos. voltar a descobrir cotão. ir ao supermercado. carregar as compras. arrumar as compras.

Há dias em que as perspectivas coincidem (muito poucos, hã!), mas as vidas são tão diferentes, dependendo da perspectiva de quem as vive.

PS- só para clarificar porque algumas alminhas acharam que me estava a lamentar da minha vida: eu NÃO me estou a queixar da vida que levo actualmente, OK? Nem tinha porquê. Eu digo simplesmente que as perspectivas são diferentes.

9.1.13

O que eu gostava de saber é...

Quando é que o sol volta a esta cidade? Será que não se arranja aqui um anti-ciclone tipo o dos Açores?

Huuum...#2

Hoje acordei (e levantei-me) às 8h30, assim, de livre e espontânea vontade, sem despertador, sem ter compromissos. Internem-me por favor que eu não posso estar boa!

7.1.13

Huuum...

Medo é:  perceber que a nossa atenção fica presa aos anúncios do swiffer. O que se seguirá?!

Bolo ou Galette?

Ontem foi dia de Reis, um dia que não gosto particularmente porque marca o fim da época de festas e implica desmanchar a árvore de Natal (e agora o que é que eu vou pôr naquele canto da sala senhores?!).

Nesta época de festas, não falta em Portugal o tradicional Bolo-Rei (que os espanhóis chamam de Roscon de Reyes e é muito semelhante ao nosso), mas aqui em França o bolo tradicional de Reis é um pouco diferente. Chama-se Galette des Rois e é feito de massa folhada, recheado de massa de amêndoa (#frangipane #marzipan #massapão). Tem um aspecto dourado e estaladiço e há quem coma com doces variados (#confitures). No entanto é possível encontrar também o nosso Bolo-Rei, que eles aqui chamam de brioche aux fruits confits (na verdade é essencialmente o que aquilo é!).

Não sendo, desde sempre, apreciadora de Bolo-Rei e de frutas cristalizadas, cheira-me que vou começar a adoptar a tradição francesa da Galette des Rois.



4.1.13

Afinal há coisas que funcionam

Para andar na escola em França (em qualquer escola) é preciso ter um seguro de responsabilidade social. Tipo, se acordar num mau mood e desatar a partir tudo (e todos) há um seguro que cobre a maluquice.
Bom, para o fazer podemos recorrer às seguradoras privadas (não faço ideia de valores) ou às públicas LMDE ou SMERRA. Nestas, o valor são 16€/ano.

Já tinha ido ao centro LMDE antes do Natal, mas achei que não ia conseguir fazer o tal seguro porque ainda não tenho a carte vitale (segurança social). MAS, como se está a aproximar o dia em que me tenho que apresentar no curso de francês, mon mari espicaçou-me para acordar cedo e ir lá hoje tentar a minha sorte - só Deus sabe o que me custa levantar cedo (I'm not a morning person, ok?). 

Consegui chegar meia hora depois do centro abrir e "só" tinha 25 pessoas à frente, nada mau. Questão mental imediata: será que em duas horas eles conseguem atender esta gente toda (sendo que o centro à sexta-feira fecha às 12h e havia muito mais pessoas para outros assuntos diferentes)? 

Não estava optimista, achei que ia apanhar uma doença naquela sala de espera mega abafada e sem janelas, passou-me pela cabeça que o sistema ia estar em baixo quando chegasse a minha vez e acreditei sempre que ia faltar algum papel no fim, afinal, estamos habituados a Portugal, não é?

As 12h aproximavam-se a passos largos e ainda faltavam umas 10 pessoas. Estou feita, pensei. Mas eis que faltavam 5 minutos para o centro fechar e a minha senha é chamada. Tento comunicar-me no meu francês macarrónico com a Sra., avançámos com o processo, faço o pagamento. Et voilá, despachada! Really?! Sim, tudo tratado, sem faltar nenhum papel! Bom, pelo menos não foi uma manhã em vão e ainda consegui ler mais umas páginas do meu livro.

Não sei porquê mas ainda estou desconfiada. Têm a certeza que está tudo certo mesmo?


3.1.13

Retrospectiva 2012

É hora de voltar. Voltar à nova vida, à nova cidade, às novas rotinas e à escrita.
Espero que 2013 seja tão generoso comigo como 2012, porque, apesar da crise no meu país, ainda consegui passar nos intervalos dela e ter um grande ano. E para não me esquecer disso, aqui fica uma retrospectiva de 2012:

Janeiro

Mês de arranque. Novo corte de cabelo. Lanches deliciosos com amigos. Exposições. Idas ao ginásio. Leituras em dia.








Fevereiro

A primeira vez que gostei do Carnaval, talvez porque o pretexto fosse o aniversário de uma amiga. 




Março

Exposição Fernando Pessoa. 12 anos juntos. Viagem de trabalho a Londres. Viagem de férias a Madrid.
Foi um mês fantástico, cheio de coisas boas.












Abril

Mês dos amigos. A nossa pequena sobrinha fez um ano e foi baptizada. We are family.



Maio

Mês da família. Casamento da prima. Família toda junta de novo.



Junho

Mês que mais gosto. Mês do calor. Dos feriados. Noites quentes. Do meu aniversário. Mês em que o meu conto foi publicado em livro.




Julho e Agosto

Meses da inquitude. França ou Portugal? Vamos ou ficamos? Mas foram também os meses das merecidas férias.




Setembro

Mês duro. Das despedidas. Mês da mudança. De todas as mudanças. Mês de dizer "olá" à nova cidade, à nova vida.



Outubro

Mês da descoberta. De conhecer novas pessoas. Novos lugares. Novos olhares.




Novembro.

Mês da casa. Limpar. Pintar. Remodelar. Decorar. Habituar. Mês onde vi pela primeira vez nevar. Mês do primeiro concerto em Lyon - Black Keys.




Dezembro

Mês do coração. Mês em que recebemos o nosso primeiro amigo em Lyon. Mês do Natal. Da família. Do regresso às origens. Mês em que fomos acolhidos calorosamente noutra casa para a passagem de ano. Mês da nossa primeira festa das luzes.




2013, será que podes ser tão generoso como 2012?