23.12.13

Basta um segundo

E a vida fica virada do avesso.

2013 tinha sido um ano bom. Um ano cheio de coisas novas, de sorrisos e gargalhadas.

2013 resolveu deixar de ser bom mesmo na recta final. Quis deixar-nos uma marca profunda, dolorosa.

Que em 2014 tenhamos força para voltar a colocar outra vez a vida do direito.

17.12.13

Mudei!

Os amigos diziam-me "é difícil achar o Macarons&Croissants, é um nome difícil de escrever. Muda rapidamente o nome do teu blog para algo mais simples".

E eu, que sou uma pessoa que ouve os conselhos, aproveitei que os amigos estavam reunidos e fiz um brainstorming (podes sair das agências, mas as agências não saem de ti!).

Em menos de um minuto o nome foi logo escolhido. Nada assentaria melhor ao blog do que o meu hashtag preferido do instagram #assimvaiacidade.

E assim, ainda antes de entrar no novo ano, 2013 acaba com uma mudança. Espero que continuem aí desse lado comigo!


Tecnologias

Sabes que estás a utilizar demais iPhones e iPads quando tocas no ecrã do teu computador portátil e tentas que ele faça cenas! 

13.12.13

Se isto é um homem

E a propósito do post anterior, lembrei-me do início de um dos livros que mais me marcou "Se isto é um homem", do Primo Levi

“Vós que viveis tranquilos
Nas vossas casas aquecidas,
Vós que encontrais regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homem   
Quem trabalha na lama    
Quem não conhece a paz
Quem luta por meio pão
Quem morre por um sim ou por um não.

Ser voluntário é...#2

...conviver com histórias de vida que nos fazem pensar.

Este semana conheci o A. É Afegão, ainda não atingiu a maioridade mas fala como se já tivesse para aí 30 anos. Tem aquela astúcia de quem aprendeu a desenrascar-se sozinho.

Aos 16 anos partiu de país em país, clandestinamente, até chegar aqui. Aprendeu a língua na rua. Já percorreu quase todo o país.

Pergunto-lhe se tem vontade de voltar um dia ao Afeganistão. Diz rápida e peremptoriamente que não. Dá para imaginar o que é não querer voltar à nossa terra?

Pergunto-lhe porquê. Ele diz que lá não podes ser uma pessoa normal. Levar uma vida tranquila.

"Lá não temos a barriga cheia como aqui, por isso temos que lutar. Se não atacas, és atacado. És obrigado a escolher a que grupo pertences para conseguir sobreviver. Ter uma metralhadora na mão faz parte do nosso dia-a-dia".

Ele ainda não sabe se vai ficar por aqui ou se vai continuar caminho, mas tudo o que ele quer é uma vida normal, essa, da qual oiço tantas vezes pessoas a queixar-se.

Janela virtual

Tenho para mim que se tivesse que eleger o melhor amigo do emigrante, assim à primeira vista, seria o skype.

Fête des Lumières 2013

Acaba de terminar o evento mais importante do ano em Lyon: a Festa da Luzes. 

Reza a lenda que esta grande festa de luz (e mais recentemente de cor e movimento) começou quando a peste negra assolou a Europa. Nessa época os lioneses pediram a protecção da virgem Maria para os livrar, literalmente, do mal. 

Uma vez que a cidade foi poupada à doença, como agradecimento, os habitantes fizeram uma peregrinação à Basílica de Notre-Dame de Fourvière. 

Séculos mais tarde, depois da virgem ter livrado os lioneses de muitos outros males ao longo dos tempos, estava previsto o lançamento de um fogo de artifício em horna de Maria, mas nesse dia choveu tanto em Lyon que foi impossível lançá-lo. Como alternativa os habitantes decidiram acender velas e lanternas nas janelas de sua casa...e assim começa a tradição.


Esta é a versão abreviadíssima de uma história com muitas variantes, sendo que nenhuma é exacta (quem conta um conto...). E como todas as boas tradições religiosas, com os anos acabou por se tornar comercial. 

Para a cidade de Lyon é certamente o ponto alto do ano, onde o número de pessoas chega a triplicar o da população habitual. Não há hotéis disponíveis, os restaurantes estão à pinha e os fabricantes de velas esfregam as mãos!

O que é certo é que, com as novas tecnologias, esta tornou-se uma festa espectacular e, apesar do frio que se faz sempre sentir (e da quase impossibilidade de caminhar nas ruas a abarrotar de gente) a verdade é que ano após ano a tentação de ver o espectáculo é maior do que a de ficar em casa.

E este ano foi mais ou menos assim:

Parque Tête D'Or versão dia e noite

Tunel da Croix Rousse
Fresco dos lioneses (a melhor animação este ano)
Palácio da justiça e Fourvière
Palácio da justiça

E por fim o vídeo daquela que é sempre a melhor parte do espectáculo: Place de Terreaux

(não sei porquê o vídeo não quer entrar. Então fica o link)







3.12.13

There's something about Christmas time

E para mim há mesmo. 

Tive a sorte de crescer numa família que sempre fez com que esta fosse uma época mágica. Tive uns pais que sempre me mostraram a importância das coisas, numa altura em que tínhamos pouco, mas que nunca deixaram de fazer surpresas, doces típicos e de me dar mimos, muitos mimos (somos assim, de beijos e abraços).

A partir desta altura lá em casa havia sempre a mesa posta com frutos secos, bolinhos e alguns chocolates. O cheiro da canela com açúcar condiz com as minhas lembranças.

Depois veio o casamento, e com ele uma família maior e não tão ligada a estas coisas. Em casa da sogra nem sequer costuma haver árvore de Natal (um sacrilégio para mim!). Casada com um Grinch, tenho que lutar todos os anos para continuar a manter a magia deste mês que tanto gosto.

E não, para mim o Natal não são (só) os presentes. Mas quem não gosta de os receber?!

Natal é aquilo que construímos. É ir para o Alentejo, passar os dias à volta da lareira, a casa cheia. Um monte de conversas cruzadas e gargalhadas. Todos à volta dos tachos ou da mesa. Natal é família. Família que se dá bem e que gosta de estar junta, sobretudo agora que está tão longe.

E a minha casa já se vestiu para receber o Natal.



2.12.13

Giving some clues...

Christmas ideas...


Genebra, Suíça

Morar em Lyon é também morar a apenas duas horas de carro da Suíça - país que nunca tinha visitado (ir ver o Benfica a Carrouge não conta!).

O concerto de Placebo em Genebra (Genève) foi, então, a desculpa perfeita para conhecer um dos vizinhos de França.

Sobre Genebra já várias pessoas me tinham falado e as opiniões eram sempre unânimes: é uma cidade sem graça e que não tem nada de especial. Mas nada como ir ver com os próprios olhos para tirar a questão a limpo!

Não sei se foi do frio (mais que muito) ou de ser domingo e estar tudo fechado, mas Genebra é, de facto, tudo o que nos haviam dito, à excepção de um ou outro detalhe. 

Ainda antes de cruzarmos a fronteira, o cenário ao redor era este:





Quando lá chegámos fomos directos para o centro da cidade e optámos por fazer o caminho da Vieille Ville, a parte mais antiga e interessante.

Assim que começámos a subir em direcção à zona histórica, demos de caras com um dos pontos mais interessantes: a casa onde nasceu a Cruz Vermelha em 1864.



Um pouco mais à frente é possível ver a Catedral de Saint-Pierre que começou a ser construída em 1160. (Mais informações AQUI)







Outro dos pontos que achei bem interessante foi a Cité du Temps, um edifício construído em 1840 para abastecer de água as várias fontes da cidade e que, em 2005, foi restaurado pela swatch para dar lugar a um espaço de arte e criatividade. Hoje acolhe um museu de relógios (do grupo swatch), um restaurante e é também um centro de exposições permanentes e temporárias. (Mais informações AQUI)











Em cima a exposição permanente sobre a água e em baixo o museu swatch.

Desta vez estavam também patentes a exposição Serendipity e The 100 Faces Project




Genebra está também cheia de relógios curiosos espalhados por toda a parte. Vimos apenas dois ou três, mas constou-me que há todo um circuito dos relógios (difícil é fotografá-los sem as linhas dos eléctricos).


Nas três horas que tivemos para percorrer a cidade, ficaram algumas coisas importantes para ver, como a sede das Nações Unidas ou o CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), mas acabámos por sucumbir ao frio e, por detrás da montra de um café com um ar bem quentinho, o chocolate quente gritou por nós!

Genebra não é de todo uma cidade que nos cative, mas para quem está mesmo aqui ao lado, vale a pena dar um salto à Suíça.