...conviver com histórias de vida que nos fazem pensar.
Este semana conheci o A. É Afegão, ainda não atingiu a maioridade mas fala como se já tivesse para aí 30 anos. Tem aquela astúcia de quem aprendeu a desenrascar-se sozinho.
Aos 16 anos partiu de país em país, clandestinamente, até chegar aqui. Aprendeu a língua na rua. Já percorreu quase todo o país.
Pergunto-lhe se tem vontade de voltar um dia ao Afeganistão. Diz rápida e peremptoriamente que não. Dá para imaginar o que é não querer voltar à nossa terra?
Pergunto-lhe porquê. Ele diz que lá não podes ser uma pessoa normal. Levar uma vida tranquila.
"Lá não temos a barriga cheia como aqui, por isso temos que lutar. Se não atacas, és atacado. És obrigado a escolher a que grupo pertences para conseguir sobreviver. Ter uma metralhadora na mão faz parte do nosso dia-a-dia".
Ele ainda não sabe se vai ficar por aqui ou se vai continuar caminho, mas tudo o que ele quer é uma vida normal, essa, da qual oiço tantas vezes pessoas a queixar-se.
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