13.5.14

Até lá a baixo #2 : Avignon, Nîmes, Sète, Gorges de L'Ardèche (parte 1)

Tal como já havíamos feito o ano passado, aproveitámos um dos feriados de Maio para explorar um pouco mais este belo país que é a França. 

Se inicialmente a rota desta viagem era para ser outra (bem mais preenchida), cedo percebi que um marido extremamente cansado das últimas semanas de trabalho não aguentaria um ritmo tão intenso. Rapidamente refiz o nosso percurso para visitarmos menos coisas, com mais calma e tempo para respirar. 

Confesso que gosto deste nosso ritmo de férias, sem pressas para sair ou chegar onde quer que seja, onde nos olhamos nos olhos com calma, rimos das nossas private jokes, saboreamos uma boa comida e apreciamos os detalhes das gentes e das coisas por onde passamos.

E foi neste compasso que chegámos a Avignon, a nossa primeira paragem.

AVIGNON

Para algumas pessoas (sobretudo católicos) Avignon é conhecida por ser a cidade dos papas, para outras, o meu caso, lembra imediatamente este famoso quadro de Picasso que está no MoMA, em Nova Iorque (talvez isso explique a quantidade de turistas americanos que por ali andavam).

Seja por um ou outro motivo, Avignon é uma daquelas cidades francesas fofas que vale a pena uma visita. É banhada pelo Rhône a Oeste, o que lhe confere umas margens frescas e verdes, onde apetece ficar deitado ao sol ou a fazer um pic-nic.


 Mas engane-se quem pense passar ali muito tempo: Avignon é uma cidade pequena e vê-se num dia só!


Depois de deixarmos as malas no Ibis onde ficámos hospedados (os Ibis são a opção ideal para quem não quer gastar muito nem ter surpresas), começámos a percorrer a cidade a pé debaixo dos 30ºC que estavam naquele dia. Seguimos em linha recta até dar de caras com o ponto mais conhecido de Avignon: Le Palais de Papes


Património da UNESCO, este é o maior palácio gótico do mundo. Foi mandado construir pelo Papa Clemente V que em 1309 decidiu deixar Roma para se instalar em Avignon. Durante 70 anos este espectacular palácio foi morada de vários papas. Digamos que no séc. XIV, Avignon era assim uma espécie de Vaticano. Vale a pena uma visita por dentro nem que seja para imaginarmos como seria a vida naquela época!


O bilhete para o palácio custa 11€, mas o combinado palácio + ponte Saint Bénezet sai por 13,50€ (se forem subir à ponte compensa o combinado).

E por falar em ponte, a de Avignon já o foi. Hoje é menos de metade dela e não leva a lado algum. Construída no séc. XII, a Ponte Saint Bénezet tinha 22 arcos que não resistiram à força do Rhône e às várias cheias que foram assolando a cidade na época. Hoje restam apenas 4 míseros arquinhos, mas que não impedem que seja super visitada e fotografada.


Reza a lenda que um pastor chamado Bénezet teve uma visão divina que o mandou descer das montanhas e avisar a população que deviam construir uma ponte. Foi gozado por todos e chamado de louco, mas, abreviando aqui a história, conseguiu provar que não o era e a verdade é que a ponte - ou melhor, parte dela - está ali de pé para provar que o homem estava certo.

Para além disso esta ponte é ainda conhecida por causa da música "Sur le Pont d'Avignon". Quem tiver curiosidade em ouvi-la sugiro que procure no youtube, quanto a mim vou poupar-vos/nos a ouvi-la aqui porque é uma daquelas musiquetas ridículas, mas que é tão pegajosa que ficamos a dia todo a cantá-la!

PS - Faltou referir que para comer em Avignon é difícil fugir aos restaurantes turísticos. Nós tentámos sair um pouco do centro e almoçámos na Brasserie du Théâtre (mesmo em frente ao posto de turismo). Para além de termos comido muito bem, fomos atendidos com imensa simpatia!

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