16.12.12

Lyon e os cafés #2

Com o tempo frio que tem feito por aqui, sabe bem achar lugares agradáveis e acolhedores para passar umas horas, em boa companhia. Assim, esta semana foi a vez de descobrir o Snob, um salão de chá na Rue de la Charité. 

Os chás disponíveis são uma mistura de aromas e cheiros, e os bolos, bem, uns melhores que outros. As porcelanas onde tudo é servido são delicadas e, algumas, com um toque de magia...
O espaço é um pouco intimidante, como todas as casas de chá, já que à nossa volta encontramos velhotas a conversar baixinho e a tomar chá delicadamente, mas é um local curioso, por ser diferente. Encontramos também uma mãe com o seu filho, de cerca de 3 anos, super bem comportado a fazer-lhe companhia como se de um adulto se tratasse e é adorável quando diz "Maman". 
Quanto ao Snob, bom, faz jus ao nome:




10.12.12

Fête des Lumières 2012

Quando vim para Lyon uma das primeiras coisas sobre as quais me falaram foi sobre a Fête des Lumières (Festa das Luzes). Realiza-se todos os anos no início de Dezembro, atrai milhares (milhões, diz-se) de turistas e é incrível. Há edifícios históricos iluminados, há projecções de video mapping, há instalações artísticas...

Os habitantes locais diziam ser impossível circular ou sair à rua nestes dias, mas nada como ver para crer e como é que eu poderia perder a minha primeira Fête des Lumières em Lyon?

Posso garantir que algumas projecções são mesmo espectaculares, sobretudo as de video mapping e que sim, na noite de sábado não se consegue circular na rua, nem a pé, tal é a enchente de pessoas. Aqui ficam algumas coisas que os meus olhos conseguiram ver:








3.12.12

A neve

Este poderia ter sido um domingo normal, como tantos outros, não tivesse sido acordada por uma pessoa a correr a casa inteira a dizer "anda ver, anda ver rápido!". O que eu tinha que ir ver depressa era a neve. 
Na verdade eu já vi neve (quem de nós nunca esteve na Serra da Estrela?), mas nunca tinha visto nevar e à primeira neve parecemos de novo crianças: os olhos brilham, os sorrisos abrem-se...e as máquinas fotográficas ligam-se. Foi o entusiasmo total!




30.11.12

Faz hoje dois meses...

...que aterrámos naquele aeroporto com o nome do autor do Principezinho. As malas cheias - a abarrotar - e à nossa frente uma página em branco.
Naquele dia estava calor e assim esteve por várias semanas como que a dar-nos as boas-vindas.
Dois meses depois já temos casa. Ainda está a ganhar forma de lar, o que vai acontecendo à medida que as caixas vão desaparecendo do chão. 
Tentamos procurar calor, não aquele das mantas ou dos aquecedores, mas calor humano (parece que eles por aqui se esqueceram o que é isso). Tentamos encontrá-lo em pessoas que possamos chamar de nossas, mesmo sabendo que aquelas, as nossas, ficaram lá.
Saímos em busca dos nossos produtos, sabores que nos façam lembrar de casa. Caminhamos pela rua à espera de um som que nos seja familiar "Olá, bom dia!".
Este é o compasso dos dias. Ainda só passaram dois meses e parece que já foi há tantos anos...

Marché de Noël de Lyon

Quem me conhece sabe que se há coisa que eu gosto (a seguir a fazer anos) é do Natal. Sou tipo os miúdos: adoro as luzes, os enfeites, a árvore, os doces, os presentes, embrulhos cuidados e, sobretudo, os momentos bem passados em família, de preferência de pantufas e à lareira.
O bom de se viver no centro da Europa é que aqui o espírito de Natal se faz sentir por todo o lado (mais que não seja pelo frio!). Em Lyon, tal como noutras cidades, há a típica feira de Natal - Marché de Noël - que começou no dia 28 de Novembro e estará até 24 de Dezembro. Nesta feira há traquitanas e várias coisas típicas, como o vinho quente, os biscoitos ou miniaturas de bonecos.
Hoje passei por lá para dar uma espreitadela:




28.11.12

Há dias assim

Lá fora chove, o vento assobia na janela e a temperatura vai descendo. Vontade de sair de casa? ZERO!

Das coisas boas das mudanças

Emagrecer 3,5 kg em menos de dois meses, comendo mais porcarias que anteriormente. Acho que não pesava tão pouco há quase uma década!

22.11.12

A casa

O silêncio neste blog denota alguma falta de tempo e isso deve-se sobretudo ao facto de já termos encontrado casa. 
Após quase dois meses, o passo número 1 está superado!
Vimos cerca de 10 casas, umas melhores, outras muito velhas, outras boas mas em localizações más e no fim lá decidimos. A casa escolhida pareceu-nos ter potencial. É grande, tem muita luz, varandas e até uma despensa/lavandaria. Apesar da agência imobiliária ter alertado que estava "em mau estado", não nos pareceu. Precisava de umas pinturas e parecia ficar OK.
O proprietário avisou que não faria as pinturas nem pagava mão-de-obra, mas daria o valor da tinta. Assim, resolvemos meter mãos à obra: eu nas limpezas e o Rui nas pinturas. Não sabíamos no que nos estávamos a meter!

A casa, que à primeira vista não estava assim tão má, começou, aos poucos, a revelar-se. Portas de guarda-fatos que não funcionam, tomadas a sair, chão riscado e muita, MUITA sujidade. Este é o tipo de coisa que não dá para perceber numa primeira visita, mas quando comecei a meter a mão na massa para deixar a casa limpinha, não imaginei que estivesse em tão mau estado de limpeza, pelo menos para os meus padrões. Havia xixi na parede da casa de banho, restos de comida agarrados nos armários, chão tão sujo que mudou de cor quando o limpei...enfim, como era possível alguém estar a viver assim ali?? Realmente há pessoas que não se importam e eu, que gosto de tudo impecável, estou a ficar com o corpo rebentado de tanto limpar. Sim, eu sou menina de escritório, em Portugal tinha a minha Sandra que limpava a casa e me passava a ferro e não estou habituada a trabalho "pesado", é um facto. Porém agora tenho que ser eu a fazer e sei fazer muito bem, ou não fosse filha de quem sou. Agora é desinfectar tudo com lixívia  esfregar o chão de joelhos, retorcer-me dentro de armários...e isso, parecendo que não, mói o corpinho frágil!
O marido pinta sozinho, eu limpo sozinha. 

Ontem foi a vez de chegarem os móveis e roupas. OK, chegaram com uma semana de atraso porque a transportadora falhou, mas chegaram bem. O atraso até nos permitiu limpar e pintar um pouco mais. Mas, se achava que a tarefa da limpeza já estava difícil para uma pessoa só, a limpeza e arrumação de tudo vieram dificultar ainda mais as coisas. É toda uma nova disposição das coisas para pensar. Onde arrumo isto? Será que aqui fica bem? Não há armários na casa de banho, onde ponho as minhas coisas de higiene?
Mas não me estou a queixar. A vida é feita de etapas, de mudanças e tudo isto faz parte. Custa? Claro que custa, ainda para mais sozinhos, mas todas as experiências têm a parte do glamour e parte do sacrifício (e agora precisava tanto do meu osteopata para me voltar a pôr as costas no lugar!!). 
Acredito que esta seja a etapa mais difícil, mas um mal necessário e que depois já poderemos viver tranquilos no nosso novo lar. 
Agora se me dão licença, vou ali esfregar mais um pouco!

Aqui percebemos que a casa tinha potencial

Mas aqui percebemos que precisava de um pequeno makeover nosso

O caos da chegada das coisas

E o estado em que ficou no fim. *Suspiros*

15.11.12

Se tudo fosse fácil não tinha graça

Normalmente na minha vida nada é fácil, simples ou se resolve à primeira. Nada a que eu já não esteja habituada e até estranho se assim não for. Há sempre um "problema", uma "situação" ou um papel em falta.
Começou com a casa - a que queríamos ficou para outros - e agora chegou a vez das nossas coisas (roupas, mobílias e afins). Ontem deveríamos estar a receber o "recheio" da nossa casa para nos mudarmos este fim-de-semana. Estranhámos a falta de notícias da transportadora e entrámos em contacto:

- Ah, sabe, é que houve um problema e as suas coisas ainda não saíram de Portugal...
- Como não saíram? Mas deveriam estar a chegar hoje!!
- Pois, mas o camião que deveria ter saído na sexta, só irá sair na próxima sexta e só chega lá para dia 21 ou 22.

WTF? Então tínhamos o aparthotel reservado apenas até dia 19, andámos feitos malucos a limpar e a pintar e agora as coisas não vão chegar?
Bom, há que ver sempre o lado positivo das coisas, sempre vamos poder pintar mais algumas divisões e ter mais tempo para limpar melhor. 

Pronto, é isto. 

13.11.12

Vélo'V dia 2

Nova tentativa de ciclismo na cidade. Correu bem, cheguei inteira  mas não sem uns percalços pelo caminho...ou eu não seria eu.
Antes de mais tirei um ticket novo, mais 1,50€ ao que o meu querido marido me informa que o outro era válido por 24 horas, durando, portanto, até às 22h de hoje. Não sei porquê achei que um dia não eram 24h, era tipo os bilhetes de metro ou autocarro que acabam no final desse dia. Mas tudo bem, eu só queria estar dentro da lei e neste caso estava...duplamente!
Saco a bicicleta da estação, começo a pedalar e parece-me haver ali qualquer coisa de errado, uns barulhos, falta de direcção, qualquer coisa: um furo! Eu escolhi a bicicleta que tinha o pneu furado, claro, mas de mim esperava-se outra coisa? Eu que olhei, avaliei e achei que aquela estava em perfeitas condições. Volta atrás, larga a bicicleta, recomeça o processo, saca nova bicicleta e aí vai ela.
Na verdade tenho que confessar que o meu óptimo sentido de orientação quando ando a pé fica meio baralhado quando estou em cima do veículo de duas rodas, não sei se pela velocidade, mas acredito ser por nunca ter reparado a sério nos caminhos a seguir quando viramos ciclistas na cidade. Vai uma pessoa descansada na faixa de bicicletas e, sem mais nem menos, esta acaba. E agora, por onde sigo? Qual é o caminho certo para não levar multa? Posso subir passeios? E andar na faixa do bus? Lá está, é demasiada informação visual ao mesmo tempo.
Pelo caminho consigo chocar de frente com um pilarete - mas também, como é que dá para passar no meio dos dois pilaretes juntos às passadeiras (tipo os das escadas rolantes, estão a ver?)? Bom, mas nada de grave, é seguir a pedalar e tentar visualizar o caminho.
A verdade é que cheguei ao destino, larguei a bicicleta na estação que queria e o objectivo foi cumprido. Pedalada a pedalada eu vou lá!

Vélo'v

Se há meio de transporte que reina em várias cidades europeias é a bicicleta. Em Lyon não é excepção.
Com várias ciclovias e condutores que prestam atenção aos ciclistas, este é um óptimo meio de transporte, sendo rápido, não poluente e numa cidade praticamente direita.
Para facilitar os amantes das bicicletas, Lyon instalou há vários anos o sistema Vélo'V. Há mais de 300 estações espalhadas pela cidade, num total de mais de 2000 bicicletas (mais informações em http://www.velov.grandlyon.com/).

Após um mês e meio em Lyon é claro que eu já andava "em pulgas" para experimentar, mas sendo um tanto ou quanto distraída, sou aquilo que se considera um perigo na estrada!
Hoje, após mais uma sessão de limpeza na casa nova (sim, já consegui alugar casa, mas essa história fica para outro post), não me apetecia muito fazer 3 kms a pé, ao frio, por isso decidi aventurar-me nas Vélo'V pela primeira vez. 
Apesar do sistema ser fácil, quando chegou a altura de tirar a bicicleta da estação não estava a conseguir - era bom demais ser logo tudo fácil à primeira. Valeu-me a ajuda de 3 franceses simpáticos (sim, há franceses simpáticos e prestáveis!) e daí para a frente foi só pedalar! Optei por fazer esta primeira viagem à noite, por ser experimental e a cidade estar deserta a esta hora...assim os riscos foram menores.

Cheguei inteira e será certamente para repetir...mas definitivamente terá que ser aos poucos porque continuo a ser um grande perigo!



8.11.12

As nossas palavras

A literatura escrita em português tem palavras que nos preenchem, que nos espreitam a cada página virada e parecem estar apenas à nossa espera. Hoje, no avião, senti isso. As palavras do José Luís Peixoto estavam ali para ser lidas por mim, para te dizer o que ele me sussurrou:

"Novembro é o mês certo para te segurar nas mãos, memorizar-te os dedos para nunca mais esquecer. Temos os nossos segredos e vivemo-los".

5.11.12

Portugal é bom para as compras!

Já sabia que em Portugal as coisas eram ligeiramente mais baratas e passei a perceber melhor essa diferença desde que fui para Lyon.
Esta semana voltei a Lisboa para tratar do envio das nossas coisas para França e aproveitei para bater uma perninha no shopping. Consegui comprar, em Lisboa, um casaco que vi em Lyon na semana passada por menos 30€ . Estou a investir também nas botas, já que cada par custa, em média, metade do preço de Lyon.
E ainda me falta achar o casaco quente que o marido procurava, já que o mesmo modelo da Zara custa menos 60€ em Portugal!

E agora eu com o kit Inverno Lyon, directamente de Loures onde estavam uns 18ºC quando me vesti assim:


2.11.12

Empacotar

Hoje o dia foi para regressar ao país natal e empacotar o resto da vida. Isso e uma visita ao Ikea. Lyon, as nossas coisas vão a caminho!

29.10.12

Este frio é para meninos!


O frio chegou esta semana e eu não estava preparada para ele. Pelo menos não com esta violência, já que veio acompanhado de um amigo indesejável: o vento forte!

Quando, há mais de um mês, tivemos que decidir o que traríamos na mala para tempo incerto, tentámos prever calor, frio, meia-estação...mas realmente, para um português de Lisboa - onde hoje estão 20 ºC -  este frio é mais do que o nosso pico do inverno habitual, ainda que para os franceses não seja nada de especial. Imaginem quando estiverem dois dígitos abaixo de zero? Haja roupa por camadas e casacos bem quentes.

Este fim-de-semana deu para concluir que as minhas écharpes não passam de um trapinho neste frio e que, claramente, precisarei comprar umas coisinhas novas. Uma palavra especial ao marido: não é desculpa, mas eu preciso mesmo de gorros, luvas, cachecóis e tapa-orelhas!

Foto via Pinterest

28.10.12

La Loggia

Em dia de aniversário cá em casa decidimos sair para explorar os restaurantes da cidade. A escolha foi difícil porque quase todos estão fechados ao sábado à hora de almoço. Então a decisão recaiu no La Loggia, no Quartier Charité- Bellecour, uma vez que já tinha passado por lá e parecia-me ter bom ambiente. 
Confirmou-se. De um lado é café, do outro restaurante e é bastante agradável, sobretudo para o dia frio e chuvoso que ontem se fez sentir. 

A decoração é moderna e acolhedora. O atendimento foi óptimo e assim que perceberam que éramos estrangeiros, os empregados preocuparam-se em falar mais pausadamente para que percebessemos tudo o que estavam a dizer. A comida não é fantástica, mas as sobremesas sim. Um crème brûllée deliciosamente cremoso e saboroso! O café expresso, para um bom português, também não é nada mau.

O melhor de tudo foi a conta: o menú prato + bebida + sobremesa ficou por 15€ por pessoa, o que aqui em Lyon é do mais barato que se consegue. 

Se não procurarem algo com comida muito requintada, mas quiserem estar num espaço agradável e barato, então recomendo o La Loggia.


25.10.12

Lyon e os cafés

Lyon é uma cidade cheia de cafezinhos acolhedores, ideais para se passar uma tarde cinzenta ou mais fria...assim eles estejam abertos (evitar os domingos, de preferência)
Um deles é o Chez Guillemette. Fica num dos Quartiers com mais charme de Lyon (o Charité-Bellecour) e é óptimo para se estar à conversa.






Fotos: Facebook Chez Guillemette 

23.10.12

Manias de emigrante

Achar que só no seu país é que há coisas boas, especialmente a comida.

Claro que a tendência é comparar os sabores do país de destino com os que sempre estivemos habituados, e esses fazem falta, sem dúvida, mas é preciso ter a mente aberta para saber aproveitar novos pratos, novos produtos e não ficar para sempre preso ao que éramos. 
Eu sou bem capaz de me habituar às baguetes, croissants, creme fraiche e afins...

22.10.12

Coisas que adoro

Descobrir blogs novos e ficar por lá um bom tempo a lê-los.

Sempre me fascinou saber como viviam as pessoas do outro lado do mundo, que hábitos, que gostos, que produtos, que vidas. Requintes de voyerista, sim, mas sempre gostei.

Aqui fica um dos últimos que gostei bastante:


O vídeo de apresentação é delicioso e a Natalie descreve o seu blog como "This blog is a love letter from my family to New York City, and where I capture all the lovely little things that make up a wonderful life".

21.10.12

Le vieux et le nouveau

Lyon tem o encanto do velho nas suas fachadas, calçadas, telhados, pontes, mas não ficou presa à história e soube renovar-se, trazer a modernidade a esta nova geração.
O velho e o novo habitam juntos, em perfeita harmonia, embora em pontas opostas.


Le Vieux Lyon






Le Nouveaux Lyon







17.10.12

Keep calm...

WARNING: Os autocarros franceses cheiram a bufas e sovaco.



Estacionar é com os franceses

Se há coisa à qual tenho que tirar o chapéu aos franceses é o estacionamento. Primeiro porque achar um lugar é mais difícil que achar uma agulha num palheiro, e depois porque quando se acha o tal lugar, muitas vezes é tão, mas tão apertado, que a solução é a que eles usam: um encosto no carro da frente, outro no carro de trás, et voilá!
Ter um carro novo aqui é suicídio, já que num piscar de olhos fica cheio de riscos e pequenas batidas. Por isso, quem tem uma garagem é rei.
Mas em termos de condução eles não se ficam por aqui: parar nas passadeiras só se estas tiverem semáforo, se não o peão que espere. E, ao contrário dos portugueses que aceleram no amarelo, aqui a coisa não é bem assim. Eles podem ser condutores agressivos, o trânsito pode ser caótico, mas ao primeiro sinal de amarelo os carros já estão a parar e a cor é para respeitar!

15.10.12

Lyon, Lyon






A cidade está a arrefecer

Lentamente a temperatura está a baixar...quer dizer, não sei se foi bem lentamente. A verdade é que ontem e hoje o vento trouxe o frio. Mas isto, isto não é frio, está até ameno, dizem. Não sei, mas sinto que vou sofrer muito com este inverno. Na verdade a minha pele já está a sofrer, está seca como nunca teve, por mais creme que lhe meta.

Aos fins-de-semana Lyon fica um pouco mais deserta, sobretudo aos domingos onde é quase impossível encontrar um café aberto para um lanche agradável de final de tarde.
Mas como o sol ainda brilha, mesmo que tímido, há que aproveitar para caminhar bastante e descobrir a minha nova cidade que tem recantos encantadores.




Procurar casa

Procurar casa é sempre uma tarefa boa e má. Boa, porque temos a possibilidade de recomeçar num espaço novo, que nos poderá trazer ideias diferentes, novas vivências e que acompanha uma nova fase da nossa vida. O problema é chegar até lá. Há que ter paciência, ver as opções, escolher bem e não agarrar uma apenas porque queremos muito ter a nossa casa.
Em Portugal, devemos ter visto umas dez casas antes de chegar até à nossa. Aqui já vimos seis, gostámos de uma, mas foi "agarrada" por outras pessoas (e queríamos tanto aquela!). Agora é recomeçar o processo: ir ver mais um conjunto de casas, senti-las e tentar perceber se alguma poderá ser a nossa. 
É sempre um processo demorado, e temos a ansiedade de querer que se resolva rápido, mas como em todos os processos, é deixar rolar porque a que será nossa está a chegar!

Como aqui há um departamento de xixis à parte do departamento do banho, aqui fica uma nota mental para a próxima casa:


12.10.12

Objectivo

Voltar a estudar. Neste caso a língua francesa (preciso disso e de ocupar a cabeça com algo que me faça sentir viva e útil) e depois logo se verá o que se segue. Obrigada Mirelle pela dica do curso na universidade!

9.10.12

Situação #2

Vou ao supermercado comprar, entre outras coisas, um iogurte natural para a receita do jantar. Diz a Sra.:
- Ah e tal, só leva um? é que nós não vendemos à unidade.
Ao que eu respondo no meu super francês:
- Está bem, então eu vou comer os outros.
Eu usei "prendre" que é tomar/comer e só quando vinha no caminho percebi porque é que a Sra. fez uma cara um bocado estranha. Tá visto que amanhã tenho que ir comprar o pão a outro lado!

Falar francês é fácil

Muita gente vem com esta conversa que falar francês é fácil porque aprendemos na escola, porque isto e aquilo. É um engano. Será certamente mais fácil que outras línguas europeias impronunciáveis, mas isso não o torna uma língua simples. 
Senão vejamos, tentem o exercício nº 1: sentar-se num café ao lado de um grupo de amigos franceses e descortinar o que eles dizem. Aposto que não vão perceber metade. Exercício nº 2: escrever um texto de 10 linhas sem erros, e sem recurso ao dicionário ou google translator. Bastam estes dois exemplos para se perceber que sim, é fácil dizer umas palavras soltas, mas não, não é fácil escrever e falar bem, sobretudo para a exigência profissional de ter um emprego.

8.10.12

Das diferenças #4


Os franceses são peritos em queijo, têm imensas variedades e tal…mas não têm queijo fresco! Têm uma espécie de, mas que não é bem igual ao que estamos habituados. Mas em compensação têm o creme fraiche.

Créditos foto: steve.wilson

7.10.12

Lyon vale a pena

Lyon não é uma cidade que esteja habitualmente nos roteiros turísticos. Antes de saber que vinha morar para cá, só sabia que tinha um clube de futebol. Fora isso nunca tinha ouvido falar deste destino. Mas basta uma caminhada pela cidade para perceber que vale a pena, que é encantadora e que pode ser cheia de vida. Os rios Rhône e Saône dão um toque romântico à cidade, com uma luz de final de dia magnífica. O velho e o novo, a tradição e a modernidade, tudo cabe dentro de Lyon. 
Quero ver-vos cá!



6.10.12

Das diferenças #3

Os franceses não fazem reciclagem, ou melhor, fazem, mas só do vidro. Isso ou estão a esconder muito bem os ecopontos. Afinal fazem sim, e na verdade é ainda mais à frente. A reciclagem fica dentro dos prédios, num espaço próprio para os lixos. Nem precisamos ir à rua. Ponto para os franceses!

4.10.12

Capacidade de improviso

Ou, quem não tem cão caça com gato.
A casa temporária onde estamos não tem máquina de lavar roupa. Existem várias lavandarias tipo americanas, mas é preciso juntar uma considerável quantidade de roupa para conseguir encher uma daquelas máquinas - e com roupa escura ainda pior. Então a solução foi lavar à mão e improvisar um estendal: