Sempre gostei do programa Portugueses pelo Mundo e lá no fundo pensava que um dia poderia ser um deles. Não que tivesse vontade de emigrar, mas sempre me fascinou ver como é que eles viviam em todas aquelas cidades com culturas e hábitos tão diferentes dos nossos.
Em 2012 tornei-me num desses Portugueses pelo Mundo e em 2013 participei no programa que tanto gostava de ver!
Passou finalmente esta semana e se tiverem curiosidade espreitem aqui (sendo que eu sou uma mera figurante o minuto 26,40" e mon mari a falar muito bem ao minuto 26,50"):
Todos os pretextos são bons para passear. Aliás, na verdade não é preciso grandes pretextos para isso, muitas vezes decidimos no dia anterior e vamos, mas confesso que o tempo cinzento e a logística de sair com um bebé pequeno nos tem empurrado para o sofá.
Na semana passada, aproveitando uma visita daquelas do coração, deixámos a preguiça de lado e saímos com um destino em mente: mostrar a neve a uma pessoa que nunca a tinha visto. Pelo caminho decidimos parar em Annecy - é sempre um must quando se tem pessoas de fora - e almoçar uns crepes bretonnes (sabiam que o lago de Annecy é o mais puro da Europa?!).
Depois do estômago forrado foi tempo de seguir caminho em direcção à montanha. Destino: Plateau des Glières. Tivemos sorte com o dia: sol, temperaturas entre os 5ºC e os 10ºC e uma estrada limpa (estrada sinuosa, cheia de curvas que em dias de chuva ou neve é bastante perigosa).
Pelo caminho a vista já era espectacular (mas sem espaços para parar e fotografar), mas quando chegámos ao topo cenário parecia uma pintura...tudo branco, com neve fofa e uns salpicos de sol.
O nosso objectivo não era de ir esquiar (a minha mão também ainda não está OK para essas coisas), por isso não fomos vestidos a rigor, mas para quem tiver vontade de uma zona mais calma para fazer caminhada na neve - raquetes - ou até mesmo ski de fundo, penso que é uma óptima zona para isso. Pelas pessoas que fomos vendo ficámos com a sensação que o target do plateau era um bocado velho, mas neve não faltava, nem trilhos para caminhada. Nós limitámo-nos a ser crianças a pular na neve fofa e atirar bolas.
Não faltou também o tradicional boneco de neve.
A vontade de ir com mais tempo e para outras aventuras ficou a roer, mas terá que ser quando a Eva tiver um pouco mais velha, ou quando tivermos babysitting para ela.
Já tinha ido ao Museu de Arte Contemporânea de Lyon, mas não tinha gostado da exposição que lá estava na altura, então andei a adiar um regresso até descobrir no instagram esta nova exposição.
Nunca tinha ouvido falar do Erró, nem conhecia o seu trabalho, mas para quem gosta de arte moderna garanto que vale a pena a visita.
Islandês, nascido em 1932, Erró é um pintor pós-modernista com um sentido crítico da sociedade apurado, bem patente nos seus quadros.
A exposição, que como o nome indica é uma retrospectiva da sua obra, ocupa três pisos e tem cerca de 3000m2.
Em muitos dos seus quadros é fácil perceber uma crítica às políticas e sociedade de consumo contemporâneas.
Algumas das peças de Erró são gigantes e ocupam paredes inteiras, deixando-nos completamente de boca aberta.
Para quem estiver interessado, a exposição estará no MAC Lyon até dia 22 de Fevereiro.
Quando estava grávida diziam-me tantas vezes "quando ela nascer vais ver que o tempo passa a correr". Mal eu sabia o quão verdade viria a ser. A Eva faz hoje seis meses e, de facto, este meio ano passou num piscar de olhos, ou melhor, num fitar de olhos, o nosso, de todos os dias.
Também me diziam que é um amor inexplicável. Eu digo que sim, mas que vai crescendo a cada sorriso, a cada toque, a cada abraço demorado.
O tempo não pára, e eu tenho tido o privilégio de poder saborear a minha filha sem pressas. Com todo o colo que quero dar, sem ouvir as vozes que vaticinam que vai apanhar manhas ou ficar demasiado mimada. Tento, todos os dias, guardar o seu cheiro, o toque da pele macia que só os bebés têm, o sorriso rasgado com que me brinda todas as manhãs, o brilho dos seus olhos sempre que me vê.
"Eu sei que a vida tem pressa Que tudo aconteça sem que a gente peça
Eu sei, Eu sei
Que o tempo não pára
O tempo é coisa rara
E a gente só repara quando ela já passou"
Ah, meu amor, como diz a música, eu "vou pedir ao tempo que me dê mais tempo, para olhar para ti".
Porque quero congelar cá dentro toda a intensidade dos detalhes dos nossos dias que o tempo vai teimar em apagar.
Ali por altura da festa das luzes passámos, por acaso, à porta de um novo espaço de hambúrgueres, a dois passos dos nossos preferidos e, claro, ficámos de olho. Não demorou muito que não voltássemos para os testar.
Chama-se Yabio e, como o nome deixa perceber, desde as batatas às saladas, passando pelas bebidas e hambúrgueres propriamente ditos, tudo é bio por lá.
O espaço é pequeno e uma mistura entre o Big Fernand e os Les Burguers de Papa, com uma parte de mesas e outra de bancos altos e balcão corrido. O atendimento é simpático (dentro dos parâmetros franceses!).
Quanto à comida propriamente dita, os hambúrgueres e as batatas são bons, sobretudo se misturados com o molho. O preço é aceitável (ao nível dos Burguers de Papa), de qualquer forma os Papas (como lhes chamamos carinhosamente) continuam a ser os nossos preferidos. No entanto, e tendo em conta o factor "proximidade de casa", podem ser uma boa alternativa nos dias em que os Papas estejam muito cheios.