15.5.14

Até lá a baixo #2 : Avignon, Nîmes, Sète, Gorges de L'Ardèche (parte 3)

O seguimento desta viagem é lá em baixo, beeeem lá em baixo. As previsões meteorológicas pareciam ser óptimas para este fim-de-semana, pelo que não podíamos deixar de incluir uma praia, agora que estamos tão longe dela.

E foi assim que chegámos a Sète.

SÈTE
Sète é uma cidadezinha piscatória com pouco mais de 40.000 habitantes. Cheira a maresia e a peixe e a sua banda sonora são as gaivotas. À primeira vista é despida de encanto, sobretudo quando comparada com tantas outras aldeolas francesas por onde já passámos. Mas as nossas expectativas também não eram elevadas: queríamos praia e comer bom peixe (saudades do peixe da costa portuguesa!).




Eu diria que Sète é assim uma mistura entre Peniche e a Costa da Caparica, estão a perceber?



Desta vez houve um pequeno upgrade ao Ibis e resolvemos ficar no Hotel de Paris, onde não se esteve nada mal.

Quando caminhámos um pouco por Sète pudemos sentir a vida da cidade. Os pescadores a enrolar as suas redes, os donos das peixarias a lavar as bancas e as gaivotas sempre à procura de um pedaço de peixe. Ali, onde se vive do mar e do turismo, não faltam restaurantes a tentar assediar-nos com as suas ardósias a anunciar peixe e marisco fresco. A dúvida é "onde entrar? Que restaurantes escolher?". A oferta parece ser muito semelhante.



Quanto à praia, o tempo afinal não esteve lá grande coisa e a temperatura da água também não era muito convidativa (não nos podemos esquecer que ainda só estamos em Maio e que falta mais de um mês para o verão). Se for este o caso, um saltinho até um dos bares de praia pode ser a solução para um momento bem passado à beira-mar.



Sète tem uma extensão de 12 kms de praia, com óptimos acessos e infra-estruturas. Para quem fica hospedado no centro, como foi o nosso caso, precisa de carro para ir até às praias.



Não se admirem se em Sète for difícil perceber o que eles vos estão a dizer. Por ali o sotaque é carregadíssimo. Quando nos lançaram perguntas que envolviam "demain", "vin" ou "pain" (ler com esta sonoridade: demãe, vem, pãe), demorámos uns segundos a perceber que se tratava de "amanhã", "vinho" e "pão"! 

Com um domingo que prometia não chegar aos 20ºC, decidimos sair cedo de Sète e aproveitar o caminho de regresso para visitar alguns pontos que já tínhamos debaixo de olho. Next stop: Aiguèze.

AIGUÈZE
Aiguèze é uma vila medieval que faz parte das Les Plus Beaux Villages de France. É abraçada, por um lado, pelas vinhas do Côte du Rhône e, por outro, pelos Gorges de L'Ardèche.



Quem já visitou outras Beaux Villages não vai achar esta muito diferente. A estrutura é semelhante: casinhas em pedra, flores nas janelas, uma igreja e dois restaurantes.



Nós chegámos bem na hora de almoço e escolhemos o Le Bouchon, mesmo à entrada, para comer. O espaço é acolhedor, as doses são bem servidas e apresentadas, e a comida, com produtos da época, é bastante boa. Esta tarde de rhubarbe estava uma verdadeira delícia!



Caminhámos por ali um pouco, mas Aiguèze vê-se muito rápido, pelo que não demorámos muito a retomar a estrada.



O nosso último destino desta viagem: Gorges de l'Ardèche.

GORGES DE L'ARDÈCHE
Para chegar a esta maravilha da natureza, é bom que não sofram de enjoos. Ainda que de Aiguèze até aqui sejam apenas 15kms, a estrada é feita de curvas e contra-curvas que parecem não ter fim. Mas para tornar o percurso mais agradável, nada como ir parando nos vários miradouros espalhados ao longo do percurso. Aí podem ter vistas como esta, pouco aconselháveis a quem tem vertigens!


Os Gorges de L'Ardèche são considerados o Grand Canyon Europeu, percebe-se porquê.



Fazendo parte de uma reserva natural protegida, têm cerca de 30kms e separam os departamentos de Ardèche e Gard.

O ponto alto deste percurso é esta formação natural espectacular: a Pont d'Arc. Tem cerca de 50 metros de altura e 60 de comprimento.



É possível descer até à Pont d'Arc de carro e estacionar bem perto. Ali podemos fazer praia, canoagem ou apenas apreciar a paisagem.

Ao longo da estrada há ainda várias grutas visitáveis, das mais de 2.000 que foram descobertas na região (com imensos vestígios de presença humana).

E foi com este mar de verde que terminou a nossa viagem a sul. 

Maio promete ainda mais surpresas. Assim o esperamos.

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