20.5.13

Até lá a baixo: Cassis, Roussilon e Gordes

Estamos a completar oito meses em França e ainda não tínhamos conseguido conhecer outra cidade que não Lyon. Os motivos? Vários! Primeiro foi o processo de chegada e adaptação. Depois foi achar a casa, limpá-la e decorá-la. Depois veio o frio (veio e ainda não foi embora, há que dizer!). Um inverno longo, muito mais rigoroso que o português e com ele a vontade de ficar em casa. E, por fim, faltava companhia, que, convenhamos, era o mais importante!

Ultrapassados todos estes pontos, surge, numa conversa de amigos, a ideia "e se fizéssemos alguma coisa nos feriados de Maio?". A ideia deixou toda a gente empolgada e a Mirelle, como boa blogger de viagens que é, ficou encarregue do roteiro e do aluguer da casa (através do Airbnb). 


O destino foi o sul de França. Fomos em busca do sol e de temperaturas um pouco mais amenas e conseguimos encontrá-las! Quisemos fugir aos lugares mais turísticos e habituais como Cannes, Nice e afins. Então a cidade escolhida foi Cassis (lê-se Cassi).



Cassis é banhada pelo mediterrâneo e tem perto de 8.000 habitantes. É conhecida pelas suas falésias e calanques, uma formação rochosa em forma de vale por onde o mar entra.



Sabíamos que teríamos uma bela caminhada a pé até à praia, mas nunca imaginámos quão difícil e recompensador seria. Difícil porque para chegar aos calanques é preciso passar por um percurso de pedras e rochas muitos íngremes, numa caminhada de cerca de 3h e 9 kms. E recompensador porque a vista é incrível, de tirar a respiração.


Chegar à primeira calanque é ter já acesso a uma boa vista, mas alcançar a última é ir para outro nível (de dificuldade e beleza!).



O melhor foi o nosso ar de veraneantes com vestidos levezinhos, toalha e bola de voley debaixo do braço e por nós a passar grandes adeptos de caminhada com todo o seu kit de mochila, cantil, corta-vento, bastões e ténis artilhados que olhavam para nós como "coitados, não sabem no que se estão a meter. Nunca vão chegar lá a baixo!". 

Mas contra todos os olhares e palpites, chegámos. E foi o máximo! 



Pelo caminho aproveitámos para fazer o pic-nic que vai ficar para a história como o pic-nic com a melhor vista de sempre!

Como disse por lá, senti que estava na Tailândia da França, mas com a água gelada. Ainda assim não podia deixar de dar o meu primeiro mergulho do ano. Gelei até aos ossos, mas fui de cabeça!

E gostámos tanto que no dia seguinte voltámos. Porém, descobrimos um percurso de "apenas" uma hora de caminhada, mas muito menos íngreme e rochoso do que o do dia anterior.







O silêncio daquele lugar é incrível, mas agora digam lá a um grupo de portugueses e brasileiros de bem com a vida para caminhar em silêncio? Impossível!! Acho que toda a praia ficou a saber quem nós éramos e ao longo do percurso foram várias as pessoas que ficaram curiosas para saber de onde era aquele divertido grupo. Discrição não é o nosso forte, confessemos!


Depois de três dias fantásticos, ao quarto dia era hora de regressar. Mas voltar a fazer 300 km em auto-estrada seria uma seca e a Mirelle ainda nos tinha reservado mais algumas surpresas!



Regressámos por estradas secundárias com o objectivo de ver duas das 157 Plus Beaux Villages de France: Roussillon e Gordes. Queríamos ver também os campos de lavanda, mas o S. Pedro não está a colaborar muito este ano e as flores estão a florir bem depois do previsto.
À esq. Roussillon no pico da tarde e à dir. Gordes ao entardecer

Na memória ficam as imagens das paisagens, os sons das gargalhadas, as palavras de incentivo nas partes mais difíceis do percurso, e a certeza que nunca é tarde na vida para fazer bons amigos!

5 comentários:

Sofia disse...

Soa a uma viagem muito boa!
E as fotos estão lindas :)

GM disse...

Que post MARAVILHOSO. BEIJINHOS GRANDES

Insolente disse...

As cores são fantásticas!!

Carochinha disse...

Que maravilha!!!!
:)))

Vera disse...

Sofia: foi mesmo muito bom. se tiveres oportunidade, vai também até lá abaixo!

Gu: tens que vir ver de perto porque é que a França não é só Paris :)

Insolente: ao vivo as cores são ainda mais espectaculares!

Carochinha: cá te espero!